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Resumo: Agricultura Brasil e mundo

Agricultura Brasil e Mundo

Agricultura e agropecuária

A produção agropecuária é diversificada e a classificação dos sistemas agropecuários variam de acordo com:

    • O desenvolvimento tecnológico aplicado na produção;
    • O grau de capitalização, ou seja, a quantidade de dinheiro investido na produção;
    • A estrutura fundiária, ou sesja, o tamanho das propriedades rurais;
    • As relações de trabalho;    

    Antes de aprofundarmos nos sistemas agrícolas é importante saber a diferença entre agropecuária e agronegócio, bem como a sua contribuição para o PIB nacional:

    Resumo: Agricultura Brasil e mundo

    Sistema intensivo e extensivo

    Agricultura intensiva – alto grau de mecanização; requer preparo químico do solo através do uso de insumos; possui elevados índices de produtividade.
    Agricultura extensiva – baixo grau de mecanização; maior utilização de mão de obra; utilização de técnicas rudimentares, baixo índice de produtividade.
    Pecuária intensiva – maior número de gado por hectare; maior uso de ração e assistência veterinária.
    Pecuária extensiva – gado se alimenta de pastos naturais, menor produtividade.

     

    Pecuária extensiva: economia e impacto ambiental

    No Brasil, a pecuária extensiva é responsável por cerca de 93% do rebanho bovino, tendo nas pastagens sua principal área de desenvolvimento. Esse tipo de sistema de produção apresenta um dos menores custos de produção de carne do mundo, ou seja, a produção é mais barata porque o custo das terras nestas áreas são mais baratas. No entanto, por esse mesmo motivo, a degradação das pastagens tem sido um grande problema para o setor, causando prejuízos econômicos e ambientais, sobretudo na fronteira agrícola.

    • No Brasil a pecuária extensiva tem provocado:
    • Expansão da fronteira agrícola para  a região norte.
    • Desmatamento

     

    *Degradação ambiental. “Dos 172 milhões de hectares de pastagens do Brasil, mais de 60% encontram-se em algum estágio de degradação” Considerando que 25% do PIB vem do agronegócio, desse total apenas 30% é da pecuária e os 70% da agricultura. A pecuária é a atividade que mais devasta biomas no Brasil e a que menos contribui para o PIB no setor. Fonte Embrapa.

    O que é agricultura de Jardinagem?

    É um sistema de produção agrícola  onde as plantações são  realizadas em terraços inundados. Esse sistema é muito comum no sul, bem como no sudeste Asiático e em países como Filipinas, Tailândia, Indonésia, China, Coreia do Sul, Taiwan e Japão.  

    Principal atividade neste sistema de plantio: Rizicultura, ou seja, o plantio do arroz.

    Principal região: Sudeste Asiático. Esta região é responsável pela produção de 1/4 de todo arroz produzido no mundo.

    Relações de trabalho: Alta empregabilidade, ou seja ampla utilização intensiva de mão de obra.

    Estrutura fundiária: Pequenas e médias propriedades familiares, nos países em desenvolvimento. No Japão, Coreia do Sul, este plantio ocorre de forma moderna – Seleção de sementes, uso de fertilizantes,  técnicas de preservação do solo e uso de biotecnologia – grandes propriedades e por isso é altamente produtiva.

     

    Aspecto ambiental: Sistema ambientalmente correto. O plantio ocorre em terraços, planícies e/ou em curvas de nível, neste caso de modo a evitar a erosão causada pelo escoamentoe reter, em maior grau, a água para infiltração.

    Agricultura empresarial

    Características da agricultura comercial:

    • Relações de trabalho: Mão de obra contratada e qualificada, ou seja, engenheiros agrícolas, agrônomos, químicos etc.
    • Produção altamente capitalizada: integrada aos sistema bancário/financeiro; 
    • Modo de produção: intensiva com a utilização de técnicas, seleção de sementes, uso de insumos, agrotóxicos, bem como um elevado grau de mecanização.
    • Produção agrícola padronização: altamente produtiva e especializada monoculturas/commodities.
    • Estrutura fundiária: Menor número de propriedades e ocupação de maiores áreas.
    • Abastecimento interno e externo: nos países desenvolvidos (Canadá, Austrália, países da União Europeia)

    Ranking exportações brasileiras

    • O Brasil é o maior produtor de cana do mundo; 60% dessa cana é produzida no interior paulista.
    • O Brasil é o segundo maior produtor global de etanol, porém, muito atrás dos Estados Unidos que é o maior produtor, consumidor, bem como o maior exportador do biocombustível no mundo.
    • O principal mercado consumidor para o etanol brasileiro continua sendo o interno.
    • Os frangos são o maior rebanho de animais do Brasil, com mais de 1,5 bilhão de cabeças. A maior parte do faturamento corresponde a região sul do Brasil, com destaque para o estado do Paraná.
    • O Mato Grosso lidera a produção nacional de milho, com um volume maior do que as regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul somadas.
    • A maior parte da produção brasileira de pecuária de corte é voltada para o abastecimento, ou seja para o atendimento da demanda nacional. Nas exportações, assim como a soja, a carne bovina tem a China como principal destino.

     

    Biotecnologia e os transgênicos

    É um conjunto de técnicas aplicadas à biologia utilizadas para manipular plantas, animais, bem como microrganismos por meio de seleção, cruzamentos e transformação no código genético.  A manipulação genética é a mais moderna tecnologia aplicada na agropecuária, ou seja,  através dela pode-se alterar o tamanho das espécies, bem como torná-las mais resistentes a pragas e doenças, adequar espécies a tipos de solos de climas, retardar a deterioração dos produtos agrícolas após a colheita. Assim, os vegetais derivados de alteração genética são chamados de TRANSGÊNICOS. Os transgênicos permitem o cultivo de espécies de áreas temperadas em áreas tropicais como o trigo, soja, bem como a uva. Acelera o ritmo de crescimento da planta e engorda dos animais. Aumenta o teor de vitaminas, proteínas e sais minerais nos alimentos, bem como, aumenta o tempo de amadurecimento e deterioração dos vegetais.

     

    Fonte: Senado

    Agricultura Orgânica

    Sistema de produção que não utiliza nenhum produto agroquímico, ou seja,  fertilizantes, inseticidas, herbicidas, bem como produtos geneticamente modificados. A adubação do solo é feia com matéria orgânica, ou seja, compostagem e defensivos naturais . Este uso permite o combate de pragas através de predadores e espécies naturais. Nesse sistema, há uma preocupação com os recursos naturais e alimentação mais saudável. Porém, em função dos elevados custos de produção, o consumo é restrito a classe econômica mais abastada pois, o custo de reparação ambiental é repassado para o preço do alimento. Algumas características da agricultura orgânica são:

      • Em geral está relacionado a pequenas propriedades familiares e policulturas.
      • A comercialização dos orgânicos requer por lei a certificação (ABNT, Inmetro) de estar livre de agrotóxicos.
      • Austrália, Brasil, bem como Argentina são os países que mais produzem orgânicos.
      • No caso brasileiro  80% é realizado por agricultores familiares, bem como é exportado para EUA, União europeia e Japão.
      • Os principais produtos exportados pelo Brasil são:  café, mel, leite, açúcar, bem como frango.

      Fronteira agrícola

      A partir de 1970, a fronteira agrícola se deslocou da região sul e sudeste em direção ao centro-oeste e Amazônia. Naquele momento, o principal produto já era a soja, ou seja, uma espécie de oleaginosa típica de clima temperado. A Embrapa, ou seja, Empresa brasileira pesquisa agropecuária, criou tecnologias para o melhoramento da produção no cerrado, tais como a calagem, para correção da acidez do solo,  a seleção de sementes, bem como a adaptação da soja para suportar clima tropical e equatorial. A soja é considerada o petróleo do campo devido a sua versatilidade  (leite, carne, queijo, ração, biodiesel etc.), e por isso, de grande valor do mercado mundial.  

      MATOPIBA: Maranhão, Tocantins, Piaui e Bahia

      Matopiba – Trata-se de uma área geográfica caracterizada pela expansão de uma nova fronteira agrícola, sobretudo no séc. XXI. Embora essa área seja caracterizada pela presença de solo ácido, lixiviado e aluminotóxico, o relevo suave da região facilita a sua mecanização. As principais culturas produzidas nesta região são: soja, milho e algodão em áreas predominantemente de cerrado.

      Estatuto da terra

      O Estatuto da Terra de 1964 dividia os imóveis rurais em 4 categorias:

      ► Minifúndio: são as propriedades inferiores ao módulo rural* da região. Correspondem à cerca de 72% dos imóveis rurais do país. Nestas áreas, as principais atividades são agricultura de subsistência;

      ► Latifúndio (por dimensão): são as propriedades agrárias com área superior a 600x o módulo da região. Correspondem a menos de 0,2% do número total dos estabelecimentos rurais. As principais atividades são: cana-de-açúcar, café, soja, cacau, arroz, algodão, pecuária;

      ► Latifúndio (por exploração): corresponde aos imóveis de 600x o módulo rural onde a terra é improdutiva (mal explorada). Este tipo de estabelecimento abrange cerca de 23% do total de imóveis existentes no Brasil e estão passíveis de Reforma agrária;

      ► Empresa Rural: corresponde aos imóveis com área de, no máximo, 600x o módulo rural. As principais atividades são: o cultivo de soja e arroz.

      *Ou seja, o módulo fiscal seria a unidade de medida, expressa em hectares, fixada para cada região, podendo variar regionalmente de acordo com as características do clima de cada área.

      MATOPIBA: Maranhão, Tocantins, Piaui e Bahia

      Estrutura fundiária no Brasil

      É a forma como o recurso terra se divide em propriedades. Para tanto é necessário considerar o histórico da área analisada, bem como as leis da propriedade estabelecidas pelo Estado ao longo do tempo. Sobre os marcos jurídicos que regulamentam as terras no Brasil, destacam-se:

      • 1822  – Ano da Independência do Brasil –  A partir dai as Sesmarias deixaram de existir, ou seja,  as terras passam a ser registradas em cartórios. Entre 1822 e 1850 a ocupação de terras ocorreu através de posse.
      • 1850 – Foi estabelecida a Lei de Terras no Brasil. Esta Lei determinava que a aquisição de terras se daria através da compra de terras. Naquele contexto, as terras eram caras e só se comercializam extensas áreas mediante o pagamento a vista. Desta forma, somente grandes fazendeiros tiveram de fato o acesso a terras legalizadas. Em função desta política, os latifúndios se expandiram e consolidam seu domínio no Brasil.
      • 1930 – Foi criado o INCRA, ou seja, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Essa instituição é responsável por realizar levantamentos sobre a situação das propriedades rurais e das terras devolutas no território brasileiro.
      • 1964 – Foi criado o Estatuto da terra. Este documento reconheceu a grande concentração de terras existentes no Brasil, bem como apontou a necessidade de realização de Reforma Agrária.
      • A partir de 1970 os governos passaram a realizar Reforma Agrária. Muitas destas políticas tiveram o intuito de colonizar áreas pouco povoadas, sobretudo na região norte. Nestas áreas foram vendidos a preços baratos lotes de terras na Amazônia. Esse processo ficou denominado projetos de colonização.

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