Urbanização no Brasil

A partir de 1930/40 intensificou-se o processo de industrialização e urbanização na região sudeste, sobretudo na cidade de São Paulo. Veja abaixo os principais fatores que contribuíram para a urbanização do Brasil:

      • A indústria se desenvolveu em função dos excedentes gerados pelo café,

      • A urbanização se deu em função da busca por oportunidades de trabalho.

      • O aumento da população urbana, aumentou também a demanda por bens industriais de consumo, incentivando novos ciclos industriais, realimentando o processo de urbanização.

    De modo geral, podemos concluir que a urbanização no Brasil ocorreu de forma rápida e sem planejamento . Por isso, a urbanização gerou vários problemas tais como, ocupação de áreas irregulares (morros e margens de rios), criminalidade, violência, falta de saneamento básico, lixo etc.

    O rápido e desordenado processo de urbanização ocorrido no Brasil trouxe uma série de consequências negativas. Dentre elas, podemos citar:

    Favelização – Ocupações irregulares nas principais capitais brasileiras, como RJ e SP, resultado do fluxo migratório em direção às áreas de maior oferta de emprego do país. A falta de uma política habitacional acabou contribuindo para o aumento acelerado das favelas no Brasil.

    Violência Urbana – Mesmo com o crescimento industrial do país e com a grande oferta de emprego nas cidades do sudeste, não havia oportunidades de emprego o bastante para o grande fluxo populacional que ali chegava. Por essa razão, o número de desempregados também era grande, o que passou a gerar um aumento dos roubos, furtos, e demais tipos de violência.

    Poluição – O grande número de indústrias, automóveis e de habitantes impactou a qualidade do ambiente. O aumento das emissões de gases poluentes, assim como com a contaminação dos lençóis freáticos e rios fazem parte da maioria dos grandes centros urbanos do país.

    Enchentes – A impermeabilização do solo pelo asfaltamento e edificações, desmatamento e ao lixo e residencial, fizeram com que o problemas das enchentes fossem algo comum nas grandes cidades brasileiras

    Metropolização: formação de metrópoles

    O que é? Metropolização é quando uma cidade principal passa a concentrar os indivíduos e as atividades, tornando-se um centro polarizador com certo poder de abrangência, de escala variável, dependendo de seu grau de influência: regional, nacional e mundial.

    Metropolização no Brasil  –  A partir de 1970,  com o crescimento desordenado das capitais deu-se início a formação das regiões metropolitanas.

    Como ocorre? A metropolização dá origem à formação de regiões metropolitanas, pois, com o passar do tempo, a grande valorização de terrenos, imóveis, aluguéis, construções e impostos nas metrópoles foi responsável por deslocamentos de pessoas e de serviços para as áreas periféricas, ou mesmo para municípios adjacentes, atraídos, sobretudo, por incentivos fiscais e por impostos e custo de vida mais baixos.

    As desigualdades econômicas determinaram uma urbanização diferenciada em cada uma das regiões brasileiras:

    A região Sudeste, por concentrar a maior parte das indústrias do país, foi a que recebeu grandes fluxos migratórios vindos da área rural, principalmente da região nordeste. Observamos que o Sudeste é a região que apresenta as maiores taxas de urbanização dos últimos 70 anos. A partir de 1960, com 57%, foi a primeira região a registrar uma superioridade de habitantes vivendo na área urbana em relação à população rural.

    Na região Centro-Oeste, o processo de urbanização teve como principal fator a construção de Brasília. Em 1960, que atraiu trabalhadores, sobretudo das regiões Norte e Nordeste. Desde o final da década de 1960 e início da década de 1970, o Centro-Oeste tornou-se a segunda região mais urbanizada do país.

    A urbanização na região Sul foi lenta até a década de 1970, em razão de suas características econômicas de predomínio da propriedade familiar e da policultura, pois um número reduzido de trabalhadores rurais acabava migrando para as áreas urbanas.

    A região Nordeste é a que apresenta hoje a menor taxa de urbanização no Brasil. Essa fraca urbanização está apoiada no fato de que dessa região partiram várias correntes migratórias para o restante do país. Além disso, o pequeno desenvolvimento econômico das cidades nordestinas não era capaz de atrair a sua própria população rural.

    Até a década de 60 a Região Norte era a segunda mais urbanizada do país, porém a concentração da economia do país no Sudeste e o fluxo de migrantes dessa para outras regiões, fez com que o crescimento relativo da população urbana regional diminuísse.

    A Desmetropolização

    Na atualidade, a principal tendência do processo de urbanização diz respeito à participação decrescente das regiões metropolitanas na população de diversos países, e a esse processo dá-se o nome de desmetropolização ou involução metropolitana.

    Esse processo ocorre, principalmente, em função da desconcentração produtiva, que leva as empresas, em especial as indústrias, a se retirarem dos grandes centros, onde os custos de produção são maiores, e se dirigirem para cidades de médio e pequeno portes, nas quais o custo da produção é menor.

    Nestas, por exemplo, além dos vários incentivos fiscais, a mão de obra normalmente é mais barata e muitos sindicatos são menos organizados e influentes do que os das grandes metrópoles.

    Rede Urbana e Hierarquia Urbana

    O IBGE estabeleceu três critérios  básicos próprios para definir a classificação dos espaços rurais e urbanos: a densidade demográfica, a localização em relação aos principais centros urbanos e o tamanho da população.

    A partir desses critérios, o IBGE estabelece hierarquias entre os centros urbanos a partir de sua capacidade de sua importância, ou seja,  sua capacidade de atrair pessoas, capitais e serviços.

    Os critérios utilizados pelo Brasil são distintos de outros países e/ou organismos internacionais.

    Rede Urbana

    Correspondem aos níveis de influência entre as cidades dentro de uma rede urbana. As cidades pequenas são influenciadas ou polarizadas pelas cidades maiores e mais importantes. Assim, dentro de uma rede urbana, as metrópoles representam o nível máximo de poder e de influência econômica, e as vilas, o nível mais baixo, sofrem influência ou polarização das demais cidades.

    Metrópole mundial ou cidade global – sua influência se estende não só sobre seu território, mas sobre boa parte do mundo, ou sobre todo o globo. Exemplos: Nova Iorque, São Paulo, Rio de Janeiro, Tóquio, etc

    Grande metrópole nacional – ocupa o topo da hierarquia urbana brasileira, ou seja, centraliza as atividades econômicas e demográficas presentes no país, exercendo forte influência e atração em todo o território nacional. No Brasil, apenas a cidade de São Paulo ocupa essa posição.

    Metrópoles nacionais– são as cidades que concentram boa parte das atividades econômicas, políticas e culturais em um país. A influência delas não costuma ultrapassar fronteiras, mas a convergência de serviços, indústrias, empresas e de população faz que sua importância exceda o âmbito regional. No Brasil, são exemplos de metrópoles nacionais Belo Horizonte, Curitiba, Salvador, Porto Alegre, Recife, Fortaleza e Brasília.

    Metrópoles regionais– cidades cuja influência ultrapassa os limites regionais, polarizando diversos centros regionais: Manaus, Belém, Campinas.

    Centros regionais nacionais- cidades que mantêm fortes vínculos com grande parte do país, polarizando as áreas à sua volta: Londrina (“a capital do norte do Paraná”); Uberaba e Uberlândia (“as capitais do Triangulo Mineiro”)

    Centros sub-regionais– cidades que exercem domínio sobre uma pequena área do país: Ilhéus (BA); Ponta Grossa (PR).

    Agora teste seus conhecimentos resolvendo exercícios sobre a urbanização do Brasil! Bons estudos.

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