Políticas econômicas do Capitalismo

A política mercantil

O mercantilismo surgiu com os Estados Nacionais absolutistas e vigorou durante a fase do capitalismo comercial. As principais ideias dessa doutrina política era o protecionismo e a intervenção do Estado na economia. Seus objetivos principais eram fortalecer o Estado e aumentar a riqueza nacional por meio do acúmulo de metais preciosos (ouro e prata), prática que ficou reconhecida como metalismo e, também pela obtenção de superávits comerciais. Seus teóricos defendiam que a riqueza era proveniente do comércio.

Durante o mercantilismo ocorreu o acúmulo riquezas pelos países europeus, principalmente pela Inglaterra. Esse processo foi fundamental para a eclosão da Revolução industrial.

O liberalismo

Ocolpaso do mercantilismo, bem como dos regimes absolutistas na Europa deram espaço para o surgimento do liberalismo. Esta doutrina teve início no século XVIII e início do século XIX. O liberalismo pregava um governo com limites, com controle e redução do poder de atuação.  Além disso, o liberalismo defendia a economia de livre mercado, ou seja, uma economia que se “auto-regula” através da lei da oferta e procura. Ele tinha também como características, o individualismo e a defesa da propriedade privada.

Apesar de ter surgido ainda no fim do século XVII, com John Locke, um filósofo inglês, o liberalismo teve sua consolidação e expansão apenas com Adam Smith (1723-1790) e David Ricardo (1772-1823). Adam Smith ampliou o cunho político e filosófico da teoria  liberal para a economia, criando então o Liberalismo Econômico.  Alguns princípios importantes dessa teoria do liberalismo econômico são:

Características do liberalismo:

Mão invisível:

Seria a capacidade do mercado se auto-regular, ou seja, sem a intervenção do estado a partir dos demais princípios básicos como a livre concorrência e a lei da oferta e da procura.

Livre concorrência:

A economia se regularia sem a presença do estado a partir do momento que as livres iniciativas privadas pudessem concorrer entre si. Quando duas empresas dominam um setor, por exemplo, as duas tentarão superar uma a outra em busca de clientes, o que levaria a melhores produtos e dinâmicas. Esse princípio é importante sobre o ponto de vista da evolução do mercado e melhoria dos produtos.  Esse princípio estabelece ainda a perspectiva da vantagem comparativa, que leva a uma divisão do trabalho onde os países deveriam investir na produção do que eles “naturalmente” são capazes de produzir e competir com os produtos externos. Um país com um ótimo potencial agrário portanto deveria investir nessa vantagem comparativa e não se especializar em produtos tecnológicos por exemplo, por não poder concorrer com os demais países que fazem isso. Essa divisão internacional do trabalho (DIT) é típica desse modelo

Lei da oferta e da procura:

este princípio estabelece que os preços se auto regulam sem necessitar de intervenção estatal. Se existe muita oferta, ou seja, muito de um produto disponível, e pouca procura, pouca demanda, é necessário baixar os preços desse produto para atrair a procura. Mas se existe pouca oferta, e muita procura, os preços tendem a subir, pois isso garante a venda. Algumas falhas nesse processo é que nem todas as iniciativas privadas possuem as mesmas condições de venda, além de que a formação de carteis ou de grandes marcas combinando preços prejudicando o comércio.

A forte atuação empresarial e um estado invisível na economia, portanto, são as ideias centrais desse modelo econômico, no qual o respeito a liberdade individual e a propriedade privada imperam.

Estes princípios guiaram a economia mundo da segunda metade do século XIX até a crise de 1929. Esse período correspondeu ao desenvolvimento da indústria fordista que tinha como princípio a produção em larga escala e o incentivo ao consumismo.

Com estoques cheios, os bancos concediam crédito, empréstimos para que a população pudesse acessar a modernidade que estava sendo produzida. Com o “American Way of life” , os Estados Unidos vendiam a ideia da felicidade pelo consumo, onde comprar e desfrutar o tempo livre em atividades de lazer são o eixo central da existência.

O Keynesianismo

Todas essas sansões buscavam o crescimento do número de empregos, da renda e do consumo, recuperando a economia americana. Esse Estado forte na economia ficou conhecido como Estado Keynesiano ou Welfare State Estado do Bem- Estar Social.

Duas medidas tomadas para contornar a crise de superprodução de1929: participação mais efetiva do Estado no planejamento das atividades econômicas, a fim de ajustar a produção à demanda, redistribuição de renda, dando melhores condições financeiras aos trabalhadores, com o objetivo de ampliar o mercado consumidor.

De modo geral, o estado forte permaneceu como modelo econômico imperante até o fim da Guerra Fria. Ao longo da Guerra Fria (1949-1990). Durante esse período tínhamos um mundo dividido em dois pólos de poder. A corrida por desenvolvimento gerou novidades nas tecnologias de comunicação e transporte de modo que as relações geopolíticas tendiam para um momento de maior abertura dos mercados.

O Toyotismo aparece como um modelo flexível e tecnológico de produção correspondendo a esse momento. Além disso, no final da guerra, muitos estados estavam profundamente endividados. Com isso, houve uma abertura de mercados, bem como uma reorganização da economia para uma lógica globalizada no que conhecemos como Nova Ordem Mundial.  

A política Neoliberal

O neoliberalismo portanto, retoma os preceitos liberais, mas mantem o estado enquanto responsável por cuidar de setores estratégicos. Continua sendo de responsabilidade do estado garantir os direitos básicos da população e o acesso a serviços

Alexandre Rustow (1885-1963), bem como Milton Friedman (1912-2006) são os principais economistas desta teoria. Diferentemente dos anteriores, os teóricos neoliberais não creem na regulação espontânea do sistema. Objetivando disciplinar a economia de mercado, essa teoria aceita uma intervenção mínima do Estado para assegurar a estabilidade monetária e a livre concorrência. Também defendem a abertura econômica e a privatização de empresas estatais.

Durante a década de 1980, o modelo de crescimento adotado pela União Soviética já mostrava seu esgotamento. O fim da Guerra Fria e deste contexto de Velha Ordem Mundial já era observado no horizonte próximo. Nesse contexto, inicia-se o estabelecimento das bases da Nova Ordem Mundial, na qual todos os países seguiria uma mesma lógica econômica, o Neoliberalismo.

O papel do Estado é alterado passando a adotar políticas de desregulamentação da economia, flexibilização da legislação trabalhista e privatizações. Essas são as características do Neoliberalismo, que pode ser definido como um modelo no qual o controle da economia é empresarial e o Estado é mínimo.

Margareth Thatcher (Reino Unido) e Ronald Reagan (EUA), surgem como símbolos da adoção dessa nova política econômica de Estado, embora a experiência neoliberal tenha começado, de fato, no Chile, durante as reformas ditatoriais de Augusto Pinochet.

Críticas ao neoliberalismo

A crítica do Neoliberalismo ao sistema Keynesiano é a de que o “Estado forte” é muito custoso economicamente e limita assim as ações comerciais, prejudicando a chamada “liberdade econômica”. Além disso, o aumento dos salários e o fortalecimento dos sindicatos são vistos como ameaças à economia, pois podem aumentar os custos com mão de obra e elevar os índices de inflação.

Neste sentido, os neoliberais defendem a desregulamentação da força de trabalho, com a diminuição da renda e a flexibilização do processo produtivo. É nesse contexto que se observa o processo de desconcentração industrial fundamentado nas revoluções técnicas dos transportes e comunicações que possibilitaram, inclusive, a globalização.

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