Conflito na Caxemira

conflito na Caxemira

O conflito na Caxemira tem suas origens na história da região. A origem do povo Hindu remonta a 2500 a.C., desenvolvendo-se no vale do Rio Indo, parte do atual Paquistão. 

A região foi conquistada em 1500 a.C. pelos arianos, ou seja, na Ásia Central, que, por sua vez, implantaram uma sociedade baseada em um sistema de castas. Já no século VII, o oeste da Índia foi invadido pelos árabes, que trouxeram o islamismo para a região. A nova vertente religiosa ganhou adeptos de camadas populacionais importantes na região, isso porque viram no islamismo maior flexibilidade, ou seja, essa religião tem como princípio da igualdade de todos diante de Deus – uma maneira de se desvencilhar da imobilidade social do sistema de castas

A partir do século XIX, o domínio do Reino Unido se consolidou e passou a reprimir as rebeliões anticolonialistas. A partir de 1946, a luta nacionalista cresceu sob a liderança do advogado Mahatma Gandhi. 

O Pacifista, Gandhi desencadeou um amplo movimento de desobediência civil, que incluiu o boicote aos produtos britânicos, bem como a recusa ao pagamento de impostos. A região é composta por 3 religiões principais: sikhs(Punjab), islâmicos (Caxemira) e o hinduísmo (Índia). Mas o conflito envolve principalmente a os Islâmicos e os Hinduístas.

A formação de Estados nações no subcontinente indiano

O conflito na Caxemira e o Subcontinente indiano: Índia, Paquistão, Sri Lanka, bem como o Nepal.

Conflitos na Caxemira

A luta pela independência da Índia e contra o Império Britânico das Índias terminou com a conquista da independência, em 1947.

Os líderes muçulmanos e indianos, para evitar possíveis conflitos religiosos, decidiram formar um Estado independente, o Paquistão. O subcontinente foi, então dividido em três Estados: Índia, Paquistão (Ocidental e Oriental) e Ceilão (Atual ilha do SiriLanka).

A partilha foi baseada em critérios religiosos: a Índia ficou com a maioria hindu, e o Paquistão, com a maioria muçulmana. Além disso, essa partilha provocou o deslocamento de mais de 12 milhões de pessoas: muçulmanos partindo para o Paquistão, e hindus, para a Índia e  mais 1 milhão pereceu chacinado por alas fanáticas de ambas as religiões.

O conflito e a ocupação do território da Caxemira

A questão religiosa na Caxemira

A Caxemira é um território de maioria muçulmana disputada entre Indianos e paquistaneses desde 1948.

O conflito na Caxemira, ou seja , o choque entre hindus e muçulmanos já deixaram 200 mil mortos. O líder Gandhi, contrariado, aceitou a divisão do país, porém foi assassinado por um fundamentalista hindu em 1948.

O Paquistão Oriental tornou-se independente em 1971, passando a ser conhecido como Bangladesh. O Ceilão, posteriormente, a partir de 1972, passou a se chamar Sri Lanka.

A população da Caxemira é predominantemente muçulmana (78%), enquanto os hindus representam 19,5%, e 2,5% pertencem a outras correntes religiosas.

As guerras entre Índia e Paquistão

O conflito na Caxemira e as tensões na região ocorrem em função de disputas territoriais. Desde 1948, um ano após a independência, Índia e Paquistão entraram em litígio por questões fronteiriças. De lá até os dias de hoje foram três guerras e mais de 60mil mortes. Ambos reivindicam a soberania sobre a totalidade do território da Caxemira

Nesse primeiro conflito, a Caxemira foi dividida em duas partes.

Na primeira Guerra em 1948, o Paquistão ocupou um terço do território, batizado de Azad Kashmir (Caxemira livre). A outra parte, composta por Jammu e Caxemira, permaneceu incorporada à Índia.

Além do Paquistão, a China se apoderou de uma parte da região após a Guerra sino-indiana, em 1962. Agora, esta parte recebe o nome de Aksai Chin e é reivindicada pela Índia.

conflito na Caxemira e a linha de controle na região.

A Caxemira faz fronteira com três países: China, Paquistão e Tibete (ocupado pela China) e a população é de aproximadamente 12,5 milhões de pessoas (2011).

O Paquistão tem uma população de quase 200 milhões de pessoas, a maioria, muçulmanos.

 

Recursos hídricos na região da Caxemira

Importância estratégica: A região da Caxemira é rica em água e concentra importantes nascentes de rios que banham as terras dos três países limítrofes. O mais dependente dessas águas é justamente o Paquistão e qualquer mudança no curso dos rios prejudicaria a agricultura paquistanesa.

Recursos hídricos e o conflito na Caxemira

O conflito na  Caxemira e as áreas de controle

Na primeira Guerra entre os dois países, a Índia perdeu parte do território da Caxemira, que foi incorporado ao Paquistão com o nome de Azad Kashmir, ou seja Caxemira Livre. Igualmente, ficou estabelecida a realização de um plebiscito, mas a Índia não cumpriu esta decisão, ou seja, a Índia considera que a região é seu território e não é preciso fazer esta consulta à população.

Duas outras guerras ocorreram em 1965 e em 1971. Assim como a primeira, tais guerras provocaram resoluções do Conselho de Segurança da ONU, bem como o fim das hostilidades, a retirada das forças armadas e a consulta à população. Porém essas tentativas de paz ocorrram sem efeito prático.

A Índia sempre atribuiu ao Paquistão a inteira responsabilidade pela situação tensa na Caxemira. Por outro lado, as autoridades de Islamabad (capital do Paquistão) nunca aceitaram a anexação de Jammu e Caxemira à Índia, apoiando, permanentemente, as forças separatistas da Caxemira e fazendo de sua reconquista uma causa sagrada.

Tentativas de diálogo entre Índia e Paquistão

A população da Caxemira nunca teve, de fato, o direito a optar. Apesar de suas tentativas, a população local não é consultada e, menos ainda, incluída na vida política. A consulta popular, prevista pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1948, por exemplo, foi deixada de lado.

O Paquistão argumenta que a população majoritariamente islâmica, presente na região, lhe era favorável, mas que o governo indiano impôs sua presença por meio de força e estratégia. Já a Índia não está aberta à negociação e coloca que esse panorama não deve ser discutido nem no âmbito jurídico nem no constitucional. O governo indiano afirma que o conflito na Caxemira, com mais de 60 mil vítimas e causa de três grandes guerras, é obra do Paquistão, pois se trata de uma insurreição da maioria muçulmana da Caxemira. O governo recusa qualquer mediação internacional e só aprova negociações bilaterais, já que procura, antes de tudo, mostrar a sua força.

Porque a tensão entre os dois países torna a região perigosa?

Os dois países já se enfrentaram militarmente e a ameaça de confronto é constante. A fronteira entre Índia e Paquistão é uma das mais tensas do mundo. A rivalidade entre os dois países preocupa a comunidade internacional, pois ambos possuem armas nucleares e grande poder militar;

A Índia e o Paquistão tornaram-se potências nucleares em um processo que aflorou em 1966, quando Indira Gandhi rejeitou o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), em 1974, bem como a realização de um teste nuclear pela Índia, está relacionada ao aumento das tensões entre Índia e China ePaquistão.  

Armas Nucleares e as tensões na Caxemira

O conflito na Caxemira o arsenal nuclear do Paquistão e da Índia
O conflito na Caxemira e o alcance dos mísseis do Paquistão e Índia

O desenvolvimento de armas nucleares do Paquistão foi em resposta a  Índia, bem como pelo seu desenvolvimento de armas nucleares. 

Em maio de 1999, a Índia realizou cinco testes nucleares no Deserto de Rajastã, ou seja região próxima à fronteira com o Paquistão.

O Paquistão fez seis testes semelhantes nas proximidades dos limites com o Irã.

O Paquistão, militarmente mais fraco, conta com um exército bastante combativo, dispõe de mísseis com alcance maior que os da Índia e, em caso de conflito, pode vir a receber apoio de outros países muçulmanos. 

A mobilização internacional contra o terrorismo, após o 11 de setembro de 2001, enfraqueceu os muçulmanos que operam na Caxemira e no vizinho Afeganistão. Ao mesmo tempo, isso reforçou o poder da Índia no plano interno e no cenário internacional, e deixou novamente as autoridades indianas em posição de força diante dos militares paquistaneses.

Conflito na Caxemira

Charge sobre a Caxemira

IDH PAQUISTÃO – 0,537

IDH ÍNDIA –  0.629 

Atualidades sobre o conflito na Caxemira

No final de 2002, as eleições em Jammu, bem como na Caxemira indiana elegeram uma nova força política. O Partido Democrático do Povo, que governava coligado ao Partido do Congresso e apelava em favor de um diálogo em todos os sentidos, inclusive com os separatistas.

A tensão diminuiu um pouco, até que, em 2003, o primeiro-ministro indiano decidiu “estender a mão da amizade” ao Paquistão. Este, por sua vez, respondeu com a proposta de um cessar-fogo incondicional ao longo da linha de controle, o que foi aceito por Nova Délhi. Álias, sob grande pressão internacional, os dois lados iniciaram negociações em 2004.  A Índia, bem como o Paquistão sustentaram um cessar-fogo na Caxemira, apesar dos atentados de extremistas em território indiano.

Porém, em 14 de fevereiro de 2019, um atentado suicida realizado por um paquistanês contra policiais indianos, na Caxemira, provocou ataques aéreos entre os dois países, reativando as tensões entre os dois países. Em 27 de fevereiro de 2019, os dois países alegaram a derrubada de caças aéreos.

A comunidade internacional manifestou preocupação com os ataques, ou seja, com medo que ambos país utilizem seu arsenal nuclear.

A província de Punjab e o conflito na Caxemira

Punjab é um estado localizado na porção noroeste da Índia, próximo ao Paquistão, bem como  próximo da região da Caxemira. Politicamente, o estado do Punjab é o resultado de uma divisão entre Índia e Paquistão, após a partilha da Índia britânica em 1947. Em Punjab, o Paquistão recebeu 62% do Punjab, ou seja, essa parte do Punjab se tornou uma das províncias do Paquistão.

O estado de Punjab é um dos mais prósperos da Índia, bem como apresenta os menores índices de fome do país (IDH 0,71).

No Estado de Punjab, em particular, onde hindus, muçulmanos e sikhs tinham vivido juntos por gerações e falavam o mesmo idioma, surgiu uma forte segregação que levou os muçulmanos ao oeste, no Paquistão, e os hindus e sikhs ao leste, na Índia.

Localização da província de Punjab
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