Tensões entre Taiwan e China

Conflito Taiwan e China

A origem dos conflitos entre Taiwan e China tem raízes na primeira metade do século XX. Taiwan está localizada no Sudeste Asiático, também conhecida no mundo ocidental como Formosa.

A região é um dos focos de tensão política de grande relevância na Ásia, que remonta da época da implantação da República Popular da China sob o comando de Mao Tsé-Tung.

Até 1945 a ilha estava sob o domínio japonês, após a 2ªGuerra Mundial, a China retorna o controle sobre a ilha. Porém, naquele contexto, a China estava em guerra civil desde 1927. 

Diplomacia após a revolução comunista

Nessa guerra o partido comunista de Mao Tsé Tung disputava o poder com o partido nacionalista. Em 1949, sob o comando de Mao Tsé-Tung foi implantado o comunismo na China, dessa forma, os nacionalistas fugiram para a ilha de Formosa. O líder nacionalista declarou Taipe capital oficial da China e continuou com representatividade na ONU. Após o fim da 2ª Guerra Mundial o governo de Taiwan se manteve na ONU, bem como conseguiu um lugar permanente no Conselho de Segurança.

Muitos países ocidentais passaram a considerar a ilha como governo oficial da China, pois naquel momento Taiwan tinha o apoio dos EUA.

A partir de 1971 a China e EUA tinham o mesmo adversário geopolítico (URSS) e por isso se aproximaram diplomaticamente.

Naquele contexto, a ONU passou a considerar a China de MAO-TSE-TUNG como governo oficial da China. 1979 os Estados Unidos estreitaram relações diplomáticas com Pequim e cortaram laços oficiais com Taiwan, mesmo dando apoio a ilha, sobretudo proteção militar. EUA declarou na ocasião que qualquer ataque de Pequim a Taiwan, seria um ataque aos EUA.  E essa proteção se mantém até hoje. EUA reconhece a POLÍTICA DE UMA SÓ CHINA.

Conflito Taiwan e China

As tensões entre China e Taiwan se complexificaram, pois a partir de 1970 o número de países que reconheciam Taiwan como país foi caindo drasticamente, os poucos países que ainda reconhecem, sofrem embargo da China.

A China é a 2ª maior economia do mundo e recusa-se a estabelecer relações com países que mantêm embaixadas em Taipei, capital de Taiwan. Atualmente apenas 15 países reconhecem Taiwan: na América Latina, Paraguai, Nicaragua, Honduras, bem como Guatemala.

MERCOSUL E CHINA: O fato de o Paraguai manter relações diplomáticas com Taiwan impede hoje negociações entre o Mercosul e a China. Não seria possível, por exemplo, um acordo de livre comércio como o que esta sendo negociado entre o bloco e a União Europeia.

Atualidades: o aumento das tensões entre Taiwan e China

Ainda sobre o conflito Taiwan e China, em 2005, a China aprovou a lei antiseparação, ou seja, uma lei que lhe dava o poder de usar medidas militares para manter o controle sob a ilha, em caso de tentativa de separação.

Apesar das divergências políticas, a economia de Taiwan é fortemente dependente da China, ou seja, Taiwan exporta muito para a China e depende deste para manter sua economa em níveis elevados.

Em dezembro de 2016, o governo chinês apresentou um protesto formal aos Estados Unidos, ou seja, a China solicitou cautela do país com relação a Taiwan. Tudo ocorreu após Donald Trump, presidente dos EUA, ter revelado que conversou com a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, ou seja, quebrando um protocolo de décadas de apoio à China com relação à questão geopolítica.

Conflito Taiwan e China

Conflito Taiwan e China

No comunicado, o ministério chinês das Relações Exteriores lembrou que só existe uma China, que Taiwan é parte inalienável do território chinês e que qualquer iniciativa americana que possa indicar apoio à independência representaria uma grande ofensa, já que a estrutura de “uma China só” é consolidada pela comunidade internacional, inclusive pelo governo dos EUA desde 1971.

Após algumas semanas de silêncio e tensão diplomática, Trump recuou, telefonou para Xi Jinping, presidente chinês, e se comprometeu com a política “uma só China”.

A visita de Nancy (EUA) Pelosi a Taiwan

A tensão entre China e Taiwan ficou mais acentuada em 2022, com o estreitamento dos laços da ilha com os Estados Unidos, sobretudo depois que a então presidente da Câmara norte-americana, Nancy Pelosi, visitou Taiwan no começo de agosto.

Durante sua estada em Taipei, Pequim realizou uma série de operações militares conjuntas ao redor da ilha. E este fato aumentou as tensões na região, ou seja, a possibilidade de um conflito real entre Taiwan, China e EUA.

Na época, o Ministério das Relações Exteriores da China classificou a viagem de Pelosi como uma provocação que teria “impactos severos”. A porta-voz do ministério chinês, Hua Chunying, disse que a visita infringia a soberania territorial da China, bem como  prejudicava “severamente a paz e a estabilidade” da região de Taiwan. 

Os EUA reconhecem “uma só China”

No período posterior à guerra civil de 1949, os EUA ficaram ao lado de Taiwan, bem como ficou responsável pela segurança militar da ilha. Em 1979, os norte-americanos passaram a apoiar a política de “uma só China” – ou seja, reconhecer Pequim como o governo legítimo da ilha. Segundo Germano Almeida, mesmo com o reconhecimento, os norte-americanos “continuam a manter laços estreitos não oficiais com Taiwan, sob os termos da Lei de Relações de Taiwan, de décadas, facilitando intercâmbios comerciais, culturais e outros”….

Disputas Taiwan x China

Desde que assumiu a presidência, Biden já afirmou em três ocasiões que os EUA poderiam,  intervir, ou seja atuar  militarmente em prol de Taiwan em caso de um ataque chinês, embora, posteriormente, a Casa Branca tenha rapidamente se retratado dessas declarações.

Por exemplo, em 23 de maio de 2022, Biden declarou que estava disposto a usar a força para defender Taiwan se, de fato, a China decidisse atacá-la. “Esse é o compromisso que assumimos”, afirmou, acrescentando que, embora os EUA aceitem a política de “uma só China”, isso não dá a Pequim o direito de tomar Taiwan à força.

A relação EUA e Taiwan

O conflito entre Taiwan e China aumentou quando os EUA se comprometeu com a segurança de Taiwan. Ou seja, embora os EUA reconheçam de uma só China, este país estabeleceu um tratado de defesa mútua no ano de 1955 – trata-se de uma lei aprovada pelo Congresso obriga Washington a vender à ilha suprimentos militares para garantir sua autodefesa contra as forças de Pequim

Neste contexto, em 1º de março de 2023, os EUA aprovaram a potencial venda de armas. Os itens, que incluem mísseis para caças F-16, podem chegar a US$ 619 milhões.

A aproximação dos EUA com Taiwan foi condenada pela China. Em setembro de 2022, o então ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, alertou aos líderes mundiais que não interferissem na reivindicação do país sobre a ilha, dizendo que isso levaria a “graves consequências”.  Ele afirmou que Pequim “tomaria as medidas mais contundentes para se opor à interferência externa”. Ainda declarou que “somente quando a China estiver totalmente reunificada poderá haver paz verdadeira no Estreito de Taiwan”. 

Reaproximação diplomática entre Taiwan e EUA

Segundo Wang, “qualquer movimento para obstruir a reunificação da China será esmagado. “O país asiático possui uma enorme reserva de mísseis, caças, navios de guerra capazes de lançar armas nucleares, navios de superfície avançados e submarinos movidos a energia nuclear”, disse.

Estados Unidos e China vão se emaranhando em um jogo que ameaça o futuro da ilha. Xi Jinping [presidente da China] tem repetido que pretende resolver a questão até o fim do atual mandato, ou seja, 2027. Será uma questão de ‘quando’, já não de ‘se’. Como super potência em crescimento e afirmação, a China tenderá a não aceitar ser uma potência dividida internamente”

Fonte: https://www.poder360.com.br/internacional/historica-tensao-entre-china-e-taiwan-se-acirra-com-acoes-dos-eua/

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