O que é o BRICS

BRICS

Fundado em 2006 como Bric, o bloco de países emergentes era, inicialmente, formado por Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2011, o agrupamento econômico incluiu a África do Sul e passou a se chamar Brics, com o acréscimo do “S”, inicial do nome do país em inglês (South África).

O Brics não constitui um bloco político, ou seja, não é uma aliança formal de comércio ou defesa. Desde sua formação, o grupo tem conduzido negociações de tratados comerciais e cooperação visando impulsionar seu crescimento econômico. A soma das economias dos países participantes equivalem a cerca de 25% do PIB mundial e juntos, detêm mais de 40% da população do planeta.

O principal desafio dos Brics é reduzir as barreiras econômicas e fortalecer sua posição no sistema econômico internacional. Os países do grupo são ricos em recursos naturais, ou seja, possuem grandes reservas de petróleo, gás natural, minério de ferro, ouro, água, entre outras riquezas.

Em 2015 houve a criação do Banco dos BRICS, o NDB (New Development Bank – novo banco de desenvolvimento). Na prática isso significa um grande poder e representatividade no cenário global, pois é uma alternativa ao FMI (Fundo monetário internacional). O banco visa dar apoio financeiro a projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável, públicos ou privados, nos cinco países-membros e em outras economias emergentes. O Brasil utiliza os recursos do banco para obras de infraestrutura e as empresas dos membros são prioritárias nas licitações para atuação em obras nos países membros.

Características socioeconômicas dos países do BRICS

Segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brics é composto por algumas das maiores economias do mundo:

China – 2º maior; atrás dos Estados Unidos

Índia – 7º lugar

Brasil – 9º lugar

Rússia – 11º lugar

África do Sul – 37º lugar

Dados: site investnews.com

Os países do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul compartilham várias similaridades socioeconômicas, apesar de suas diferenças culturais, históricas e políticas. Algumas dessas similaridades incluem:

1. Grande População: Todos os países do BRIC têm populações enormes, o que lhes confere um grande mercado interno e um vasto potencial de mão de obra.

2. Rápido Crescimento Econômico: Nas últimas décadas, os países do BRIC experimentaram um rápido crescimento econômico, impulsionado por fatores como industrialização, urbanização e investimentos em infraestrutura.

3. Recursos Naturais Abundantes: Brasil, Rússia e, em certa medida, Índia e China, possuem vastos recursos naturais, incluindo petróleo, gás natural, minerais e terras aráveis, que desempenham um papel significativo em suas economias.

4. Desigualdade de Renda: Apesar do crescimento econômico, os países do BRICS também enfrentam desafios significativos em relação à desigualdade de renda e disparidades sociais. Isso pode incluir diferenças marcantes entre áreas urbanas e rurais, bem como entre classes sociais.

5. Desenvolvimento Industrial e Tecnológico: Todos os países do BRICS estão buscando ativamente o desenvolvimento industrial e tecnológico para impulsionar ainda mais suas economias e aumentar sua competitividade global.

6. Participação em Organizações Internacionais: Os países do BRICS frequentemente colaboram em fóruns internacionais, como o G20, para abordar questões econômicas globais e promover seus interesses comuns.

Matriz Energética:

Brasil: Energia renovável dominante, como hidrelétricas e biomassa.

Rússia: Predominância de combustíveis fósseis, especialmente gás natural e petróleo.

Índia: Dependência do carvão, mas com crescente investimento em energia solar e eólica.

China: Principalmente carvão, mas com investimentos crescentes em energias renováveis.

Peso Demográfico:

Brasil: População de cerca de 203 milhões.

Rússia: População de aproximadamente 146 milhões.

Índia: Mais de 1,4bilhão de pessoas.

China: Mais de 1,3 bilhão de pessoas.

Participação no Mercado Mundial de Produtos Agrícolas:

Brasil: Exportador líder de soja, carne bovina, aves e açúcar.

Rússia: Grande produtor e exportador de grãos, especialmente trigo.

Índia: Produção diversificada, incluindo arroz, trigo, legumes e frutas.

China: Maior produtor e consumidor mundial de muitos produtos agrícolas, incluindo arroz, trigo, milho e carne suína.

O caráter geopolítico do BRICS, a questão da moeda comum

As nações do BRICS têm intensificado seus esforços de desdolarização e estão atualmente trabalhando para criar uma moeda comum que poderá reduzir sua dependência do dólar americano. Essa moeda comum seria usada em todos os países membros do BRICS e seria regulada por um banco central conjunto. Tanto a China quanto a Rússia tentam implantar mecanismos de negócios que excluam o dólar como forma de pagamento, para reduzir a influência econômica e política americana pelo mundo.

Economicamente, retirar o dólar das transações corta custos de transação e corretagem, o que provocaria uma imensa redução de custos para os países envolvidos. Porém, ainda não há estimativas sobre possíveis ganhos ou perdas para os negócios brasileiros.

Uma dificuldade na implementação de uma moeda são as enormes disparidades entre as economias participantes do Banco Brics – como valores de Produto Interno Bruto (PIB), reservas internacionais, taxas de juros e outros. Um outro problema e se o Brasil e a China começarem a negociar em real e yuan, os países poderão ficar com reservas muito elevadas dessas moedas, o que pode ser prejudicial para as economias porque os recursos não têm a mesma aceitação internacional e liquidez.

Ainda em busca do uso de uma moeda alternativa ao dólar nas relações comerciais entre os países do Banco Brics, o Brasil, atualmente defende que, no caso da não criação de um novo câmbio, uma alternativa seria que as nações fizessem a troca de suas moedas locais, nesse caso, o dólar seria usado como referência para avaliar o quanto você vai trocar de real e yuan.

Ampliação do BRICS

Na 15ª cúpula do bloco Brics, sediada pela África do Sul, foi anunciada a entrada da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Egito, Irã e Etiópia como membros plenos a partir de 1º de janeiro de 2024. Embora o termo “convite” seja uma formalidade, uma vez que esses países já haviam manifestado interesse em ingressar no bloco, sua adesão reforça o caráter geopolítico do Brics, visando desafiar o G7 e as principais economias ocidentais.

“Essa coalizão acabou se tornando, por fatores internos e externos, uma coalizão com peso mais geopolítico do que apenas só o econômico ou reformista. Há a ideia de que é preciso criar um mundo multipolar, em que os norte-americanos e europeus, os países ocidentais, não dominem sozinhos. Ou seja, um mundo de mais distribuição de poder internacional, com um grande peso da China”…
(https://www.poder360.com.br/economia/brics-representam-255-do-pib-global/)

Inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o bloco busca unir economias emergentes do Sul Global. No entanto, o Brasil e a Índia resistiram à ampliação, enquanto a China e a Rússia apoiam a iniciativa. A ampliação do bloco reforça o seu caráter geopolítico, de fazer frente ao G7 e as principais economias ocidentais. De modo geral, atende os ideais chines e dos Russos. Assim, Brasil e Índia se opuseram a ampliação, mas não criaram resistência.

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Como os BRICS+ pode ser cobrado no Enem e outros concursos?

Explique de que forma a nova configuração do BRICS+ atende mais aos interesses geopolíticos e econômicos da Rússia e da China.

Resposta: A inserção de novos membros no BRICS, para além dos objetivos econômicos possui interesses geopolíticos, sobretudo da China e Rússia.  Países como Arabia Saudita e Emirados Arabes Unidos são aliados ocidentais de longa data. A adesão destes países ao BRICS pode  fragilizar essas tradicionais alianças, beneficiando as articulações China e Rússia. Por outro lado, essa nova articulação adquire grande poderio econômico. Agora,  a soma das economias dos países do BRICS+ correspondem a 36% do PIB mundial, bem como um gigantesco mercado consumidor, equivalente a 40% da população global.

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